sexta-feira, 25 de março de 2016

Classificação dos Seres Vivos

       Parece ser uma característica do ser humano reunir elementos em grupos a partir de certos critérios. Esse ramo da Biologia é chamado de classificação ou taxonomia. Ele faz uso da sistemática, área que estuda a diversidade biológica, caracterizando seres, dando-lhes um nome científico, desenvolvendo critérios para organizar essa diversidade e formando grupos de acordo com as características mais importantes. Cabe à taxonomia apresentar esses resultados organizando os seres vivos em categorias hierárquicas, chamadas de categorias taxonômicas. A classificação de seres vivos não é uma exceção e muito menos algo exclusivo da sociedade moderna ou contemporânea, apesar de que tenha mudado muito. Por exemplo, naturalistas do século XVIII acreditavam na existência de 10 mil tipos distintos de forma de vida, porém desde então taxonomistas já identificaram mais de 2 milhões de espécies biológicas e acreditam existir um número muito maior. Essa imensa variedade é uma das razões que levaram à criação desse sistema, pois dessa forma seria mais fácil o seu estudo. Estabelece-se então, uma árvore filogenética (um esquema que expressa a sequência de origem de diversos seres vivos, demonstra as relações de parentesco evolutivo).

1. Categorias Taxonômicas

     Carl von Linnée foi o criador das categorias taxonômicas tendo como principal critério as características estruturais e anatômicas dos seres vivos. A mais básica é a espécie, definida como um grupo de populações com indivíduos capazes de cruzar entre si e produzir descendentes férteis, não sendo capazes de cruzar com outros grupos. Logo depois vem o gênero que inclui diferentes espécies muito semelhantes. Gêneros semelhantes formam famílias e essas semelhantes formam ordens. Depois de Lineu foram criadas outras categorias: as classes, os filos, os reinos e os domínios.

          Nomenclatura


        Além das categorias taxonômicas, Lineu também apresentou um sistema de nomenclatura biológica. Nele são utilizadas somente expressões binomiais formadas pelo nome do gênero e da espécie do ser. 

           Regras internacionais de nomenclatura
  •              Todos os nomes científicos devem ser escritos em latim; se derivarem de outra língua, deverão ser latinizados.
  •        Os termos que indicam gênero devem ter inicial maiúscula, o nome específico em inicial minúscula.
  •        O nome das espécies é duplo (binomial) e escrito em itálico, quando em texto impresso, ou sublinhado, quando escrito à mão.
  •         No caso de repetição do nome de uma espécie, ele pode ser abreviado a partir da segunda ocorrência. Ex.: Musca domestica (mosca) à M. domestica.
  •             O autor do nome científico deve ser colocado após a espécie seguido do ano. Ex.: Trypanosoma cruzi Chagas, 1909;
  •          Quando uma espécie é transferida de um gênero para outro ou é mudado, o nome do autor da primeira denominação é colocado entre parênteses;
  •     Quando o texto se refere ao gênero como um todo, e não a uma determinada espécie, o nome pode seguido apenas pela abreviação "sp.".
      2.Evolução
       
      Antigamente, existia o chamado fixismo, que acreditava que as espécies eram imutáveis e já haviam surgido como são hoje. Com o aparecimento das ideias evolucionistas de Charles Darwin e Alfred R. Wallace surgiu a concepção de evolução que favoreceu a criação de sistemas que levavam em consideração o parentesco evolutivo das espécies. É possível listar alguns fatores que levam a um processo evolutivo:
  • Seleção natural: esse é o processo que dita que quem sobrevive é o"mais forte", ou seja, quando certos indivíduos de uma população possuem características que aumentem suas chances de sobrevivência, eles tendem a se reproduzir mais e, ao longo do tempo, mais indivíduos terão essa característica. Por outro lado, se há indivíduos que possuem características que diminuam suas chances de sobrevivência e reprodução, com o tempo, menos indivíduos terão essas características;
  • Mutação: quando um indivíduo nasce com alterações genéticas. Nessa caso, se essas alterações aumentarem sua chance de sobrevivência, haverá mais chance de reprodução e ao longo do tempo mais indivíduos terão essas mesmas alterações;
  • Isolamento geográfico: esse fator pode impedir o cruzamento entre indivíduos de uma mesma espécie tanto que, com o tempo e com os processos evolutivos ainda agindo, essas espécies podem se tornar tão diferentes que não sejam mais capazes de reproduzirem entre si;
  • Cladogênese: processo de especiação no qual uma espécie dá origem a duas ou mais novas espécies;
  • Anagênese: processo de especiação no qual através do acúmulo de diversas mudanças que um grupo sofre uma nova espécie se origina.
     3.Filogenética



      Através de árvores filogenéticas ou cladogramas é possível representar o parentesco evolutivo das espécies. Para interpretá-los é preciso saber algumas coisas:
Clado: grupo  de organismos em que todos têm um único ancestral comum, chamado monofilético; grupos de espécies que descendem de ancestrais diferentes são chamados profiléticos;
Clados menores:  formados com todos os descendentes de um ancestral exclusivo que compartilha uma ou mais novidades evolutivas;
      Nós: representam o processo de cladogênese que originou os outros dois ramos a partir de uma espécie em comum;
O fim do ramo do cladograma apresenta as espécies mais recentes

4.Reinos


Reino
Organismos
Procariontes ou Eucariontes
Nutrição
Respiração
Monera
Bactérias (unicelulares)
Procariontes e presença de parede celular
Muitas heterotróficas e algumas autotróficas (cianobactérias)
Anaeróbia ou aeróbia, sem presença de mitocôndria.
Protista
Protozoários e a maioria das algas unicelulares e pluricelulares.
Eucariontes e presença de parede celular
Autotrófica: algas unicelulares e pluricelulares
Heterotrófica: protozoários
Aeróbia, presença de mitocôndria.
Plantae
Plantas terrestres (pluricelulares)
Eucariontes e presença de parede celular e de cloroplasto
Autotrófica (fotossíntese)
Aeróbia, presença de mitocôndria
Animalia
Animais (pluricelulares)
Eucariontes e ausência e parede celular
Heterotrófica por ingestão
Aeróbia, presença de mitocôndria
Fungi
Fungos (pluricelulares)
Procariontes e presença de parede celular
Heterotrófica por absorção
Aeróbia, presença de mitocôndria

5.Domínios
     A classificação de domínios foi proposta em 1990 pelo biólogo Carl Woese. Ela leva em conta as semelhanças e diferenças moleculares entre ácidos nucleicos e certas proteínas dos seres vivos. Existem três domínios:

  •      Arqueasmicrorganismos muito semelhantes as bactérias e que só foram diferenciados após análises moleculares. Eles costumam viver em condições extremas;
  •          Bactérias: bactérias e cianobactérias;
  •    Eucariotos: seres eucarióticos, unicelulares e pluricelulares dos reinos Protoctista, Fungi, Metaphyta e Metazoa.

      
Fontes:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAMwYAE/cladograma
http://cenouradoce.blogspot.com.br/
http://www.estudopratico.com.br/nomenclatura-cientifica/
Livro Ser protagonista, Biologia Ensino Médio 2º ano
Livro Fundamentos da Biologia Moderna, Amabis e Martho
Imagens:
http://cenouradoce.blogspot.com.br/
http://www.institutoipro.org/2014/04/

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